Na caminhada da vida, de vez em quando a gente precisa inventar uns mecanismos de salvação.
Uns botes que te salvem de redemoinhos, umas âncoras que te impeçam de sair voando pela atmosfera, umas máscaras de oxigênio que caiam automaticamente do nosso pai Céu.
Eu tenho algumas cartas na manga, mas atualmente a que mais tem surtido efeito nos meus dias de surto, é a meditação.
No inicio da jornada eu sofria muito só de ouvir a palavra “meditação”. Porque eu queria muito meditar, porque eu entendia perfeitamente o quanto aquilo podia ser maravilhoso para mim, mas era só eu me sentar para meditar que a ansiedade vinha a galope. Eu ficava numa luta incessante com os pensamentos. Suava frio. Respirava. Espantava o pensamento. Recomeçava. Respirava fundo. Respirava de novo. Ficava tonta de tanto respirar. Voltava a tentar. Depois de dez minutos eu desistia exausta e frustrada da minha categórica incompetência oriental de esvaziar a mente.
Mas os anos foram passando. E eu fui entendendo, com calma e um pouco mais de serenidade, que meditar está muito mais na intenção do ato que o ato em si. E que a grande sacada é o seu movimento interno de querer se aquietar. Pronto. Isso já é meditação.
O mundo por aí anda de arrepiar. Essa semana eu vivi um das semanas mais cansativas no trabalho de todos os tempos. As meninas andam agitadas, eu ando agitada, a vizinhança anda agitada. A rua anda frenética, as pessoas andam histéricas e a impressão que me dá é que a qualquer momento, algum de nós vai ter um colapso.
Eu desejei meditar todos os dias.
Desejei o estado da coisa. Desejei o ritual que antecede a minha meditação. Aquela coisa deliciosa de acender a vela, o incenso na vela, a minha alma na vela. Mas o ritmo era tão sobrenatural, que antes mesmo de querer qualquer harmonização com o meu ser interior, eu desmaiava na cama, exausta de ser.
Hoje, pela primeira vez sozinha e em silêncio depois de muitos dias em desequilíbrio, aquietei minha mente e meu coração ouvindo um mantra e a impressão que me deu, é que eu redescobri um lugar em mim onde é só quietude. Equilíbrio. Esperança. Um lugar onde as coisas estão onde deveriam estar. Onde o mundo não é uma guerra, mas um paraíso. Onde a vida corre como um rio sereno, aceitando as pedrinhas que estão no caminho – porque assim é a vida, uma sucessão de pedrinhas no caminho – aprendendo simplesmente a desviar delas com sabedoria.
O desafio é conseguir trazer isso para o nosso dia-a-dia. E vivenciar esse lugar de plenitude pelo menos uma vez a cada 24 horas. Porque a gente precisa desse esvaziamento. A gente precisa esvaziar para encher de novo. Precisa digerir para conseguir se alimentar de novo.
Minha vida tem sido um safári. Termino meus dias não com a impressão de ter matado um leão, mas uma manada deles e isso é irracional. Desumano. Enlouquecedor. Mas como não posso – nesse momento – mudar a configuração de fora, então preciso mudar a de dentro. Porque não quero entrar em colapso. E para isso, não posso levar para a cama todos os conflitos, discussões, problemas e vivências que passei ao longo do dia. Não posso.
Eu entendi que meditar é um mecanismo de salvação. Agora o desafio é inventar um mecanismo para conseguir acessar esse mecanismo todos os dias. Alguém aí tem alguma ideia?
Esse magnífico vídeo tem imagens da Terra hipnotizantes.
https://www.youtube.com/watch?v=19nm5_nAwQg
Olhar essas imagens e ouvir essa música com total entrega é uma espécie de meditação.
Alguém aceita vir comigo?
Belo,Tati querida!!!!!!!!!! beijos lu
Tenho estado em busca do estado meditativo há muitos anos. Desde o início desta primavera eu comecei uma disciplina de meditar todos os dias por volta de 6:30 da manhã. Foi uma decisão tomada desde que comecei o curso Jornada Real. Tem sido uma experiência maravilhosa mas é também um desafio diário porque minha mente ainda acha que é a dona da casa! A tarefa de limpar a mente, de não me prender a nenhum pensamento que surja, e ficar na posição do meu próprio observador, é o que eu busco todos os dias sentada na minha varanda bem cedo. E só tenho conseguido essa disciplina porque faço isso como primeiríssima ação do dia – é o meu bom-dia dia! Mas principalmente porque eu me entreguei ao “Agora”. Meditar é estar no Agora. E a tarefa é: nada fazer.
Agradeço, Tati, por poder compartilhar esta experiência tão mágica!
Discipline. And surrender… ~Love~
Vinte minutos todo dia de manhã. Maior transformação não há! Eu decidi e tô conseguindo desde maio… claro q tem dias q não consigo, mas são bem poucos. É isso ou perder a sanidade! beijos querida!
S2 🙂
Adoro esta conexão, minha amiga.
Desejo meditar muito mais vezes do que medito. E ler a tua mensagem, que traz bom humor e o relato sincero de onde a mente nos leva em momentos de tanto caos urbano, faz-me lembrar que não estou sozinha, nem na busca e nem na dificuldade de encarar o desafio do encontro com a minha alma.
Ouvir as canções do vídeo que você postou e ver suas imagens, traz inspiração e leva, como você disse, ao estado meditativo.
E que gostoso o relato da mamãe, logo aqui em cima!
Uma beijoca!
Livinha
Vice sempre vice Tati…❤️
Procure sua AKACHA
O que é AKACHA, Beth?
Joana! Minha flor! É isso aí, é uma toma
Joana! Minha querida! É isso aí, uma tomada de decisão. agora é minha vez. Beijos!
Disciplina… palavra mágica…
Ler suas escritas é o mesmo que ouvi-la de pertinho… Boooommmmm!
Obrigada Tati!!! Obrigada!
Fui lendo e fui sentindo tudo quieto, vendo tudo no lugar. Gostoso esse mundo aqui