O café com leite da Ari

E por falar em conversinhas com Deus, outro dia minha amiga e parceira Arianne me contou que tomava doze canecas de café com leite por dia. Levei um susto. Mas ela arrematou. “É meu jeito de me encontrar com Deus.”

Gente, achei essa uma das declarações mais bonitas que eu já ouvi na vida. E parei para pensar que essa coisa de querer ser “catadora de lindezas” no fundo, no fundo, é um pouco isso: esse desejo incessante de de querer encontrar com Deus.

Quando escrevi “Onde Habita Minha Alma”, aquela lista nada mais era do que um mapa do tesouro para encontrar com o Criador. Não que eu o perca de vista de vez em quando. Não. Deus está em mim e em todas as coisas. Mas foi o que disse ontem, as vezes eu fico surda. E essa possibilidade de ter um mapa, de poder ter um encontro mais íntimo com ele, mais tête-à-tête, me faz encontrar um pouco de sentido nessa coisa mega sem sentido que é a vida.

Meu pai é ateu. E eu tenho um monte de amigos que não acreditam em Deus. Tá tudo certo. Aos 44, finalmente entendi que não preciso convencer ninguém de nada. Mas também entendi que não preciso me desculpar por ter essa facilidade de comunicação com o cara.

Guimarães Rosa dizia que a “felicidade se acha em horinhas de descuido”. Eu vou além. Eu acho que em horinhas de descuido, eu sou como a Ari, que encontra Deus dentro do seu cafezinho com leite.

Esse texto é para você minha amiga, que me ensina tanto sobre a vida, todos os dias.

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