A vida, como ela pode ser

freehugs

Vinha andando distraída pela rua, paquerando de longe a barraquinha de milho verde, quando dou de cara com um bando de mímicos, em plena Praça General Osório às seis horas da tarde. Eles pulavam de um lado para o outro, abordando as pessoas com um simples cartaz que dizia:

ABRAÇOS GRÁTIS

O pessoal que vinha na minha frente começou a resmungar. Uma senhora correu para atravessar a rua mesmo com o sinal aberto. Um homem com raiva deu meio volta e pegou a direção contrária do que ia.

Eu abri logo um sorriso. Essa eu não podia perder. De longe, abri os braços para uma moça magrinha que tinha um sorriso gorducho. Ela de longe, fez o mesmo movimento que o meu. Quando nos encontramos, ali no meio da rua, nos abraçamos como se fossemos velhas conhecidas. Ficamos assim um tempão. Foi quando ela me disse baixinho no ouvido:

Ô minha filha, Deus te abençoe.

E eu pensei comigo: está acabando de abençoar!

O que achou?