Para Jonatan Agra
Meu amado e admirável amigo,
Foi numa curva da vida que eu te conheci.
Num tropeço do destino, numa dessas armadilhas que reconfiguram a nossa estrada.
Não demorei muito para perceber o encanto.
A vida tem dessas coisas.
Ela é uma sucessão ininterrupta de surpresas lindas e aterrorizantes.
Te conheci para te reconhecer.
Mas esses últimos meses ao teu lado tem sido tão sublimes,
que ficou insuportável não escrever.
Vivemos os dias na eterna lembrança do que fomos.
E você diz finalmente ter lembrado de onde nos conhecemos.
“Da fogueira, minha querida. Nos conhecemos de outras vidas”
Acredito. Mas vou além.
Nos conhecemos de um lugar também muito profundo em nós.
Um lugar que habita a minha e a sua alma.
Um observatório que temos no centro do peito.
De onde contemplamos a vida e o lado de dentro de todas as coisas.
Tu e eu temos a mesma lente.
A mesma janela. O mesmo filtro.
E assim, nesse espelhamento deslumbrado, seguimos vivendo nossos dias.
O dia-a-dia contigo é um eterno achado de tesouros no fundo do mar.
Não há segundo desperdiçado.
Não há gesto esvaziado.
Não há suspiro que não seja justificado.
Você transpira emoção, razão e poesia.
Amor, arte e verdade.
Te assisto como quem assiste um milagre.
Um artista nas vísceras, uma criatura excêntrica, um ancião no tempo acelerado do mundo.
Há uma pureza em ti que me emociona.
Há uma crença no mundo em ti que me emociona.
Há uma esperança em ti que me emociona.
Meus olhos andaram fechados de cansaço.
O mundo me assusta.
Os seres humanos me assustam.
Mas algo muito puro emerge de teu coração, querido amigo, e esse algo tem me trazido de volta o frescor de um tempo perdido.
E eu me reconheço nesse frescor.
Sim, eu estou lá. Eu estou aqui.
Eu sou isso que você transpira.
Eu sou esse deslumbre.
Esse entusiasmo. Essa paixão.
Eu estou viva de novo e por tua causa.
Te agradeço amigo querido.
Todo o suporte diário.
Todos os abraços reequilibrantes.
Todas as coincidências.
Todos os olhares cúmplices.
Todos os insights, todas as gargalhadas que temos dado nas delícias e dores dessa rotina que você não permite que nos massacre.
Te agradeço os ensinamentos implícitos.
Os olhares que me compreendem mudos.
As palavras de amor e a troca de todos os instantes vividos.
Não levarei do mundo nada que não seja o amor que vivi com as pessoas que pude amar.
Te levo e te levarei comigo, num agradecimento interno e profundo.
Obrigada por extrair sempre o que há de melhor em mim.
Reencontrar uma alma-irmã é uma dádiva para poucos.
Devemos merecer isso minha Bruxa.
Devemos merecer.
Que o nosso amor seja eterno, até a próxima vida.
Que eu possa ter a sorte de te reencontrar sempre.
E que para sempre também possamos somar esse extraordinário e ordinário que há em nós.
Que possamos nos dividir e nos multiplicar.
E, sobretudo, que possamos sempre nos compreender.
Eu te amo, Jo.
Da sua sempre,
Tatiana
P.S. Obrigada por ter me apresentado Ludovico Einaudi. Sem dúvida, é a música da nossa alma.
mamuska, amei o texto. <3
amo essa amizade.
é tudo!
Minha carioca amada…. o que achei? Eu nao acho nada… nao me atrevo a achar nada na sua escrita… nao acho…eu SINTO… Te agradeço os ensinamentos implícitos e explicitos…explicitados… derramados… esparramados… Minha alma-irmã – com certeza é uma dádiva para poucos… que possamos nos dividir, multiplicar, somar… nunca diminuir…. Obrigada por ter “se” apresentado… Sem duvida, voce é musica para minha alma….
Bjs da minha alma para a sua
Galega, minha amada e admirável Galega… como é bom te ler assim, emocionada e tocada por esse amor que me transborda… tenho tanta saudade de ti! Você também é música para a minha alma… : )
Oi Tati!!!! Adorei o texto. O pouco tempo que estive com o Jonatan (e olha que foi pouco mesmo – durante a Mostra Pedagógica, quando ele apresentava o trabalho realizado pelo integral do Fund. II) me chamou atenção o amor e a empolgação com os quais ele fazia a apresentação. Pura energia positiva. Beijos
amada amiga, chove lá fora e em minha alma também. não consigo dizer nada senão sentir uma gratidão profunda e serena pelas belas e amorosas palavras, retrato delicadíssimo de nossos dias, de como somos felizes juntos. deixo um poema-presente de domingo, de uma das minhas vovós poéticas, minha amada Adélia Prado:
Pranto para Comover Jonathan
Os diamantes são indestrutíveis?
Mais é meu amor.
O mar é imenso?
Meu amor é maior,
mais belo e sem ornamentos
do que um campo de flores.
Mais triste do que a morte,
mais desesperançado
do que a onda batendo no rochedo,
mais tenaz que o rochedo.
Ama e nem sabe mais o que ama.
Nossa amada Adélia Prado!
Como é bom testemunhar o encontro de dois seres iluminados. Beijos, Tati e Jonatan!